A vida de cada ser humano é ele mesmo quem faz! Você com certeza já ouviu essa frase ou acredita piamente nessa teoria e tenta colocá-la em prática todos os dias. Você faz planos, estipula metas, traça objetivos e visualiza a realização de tudo isso num futuro esplêndido. Mas até que ponto podemos fazer realmente a nossa própria história?
Na nossa condição de seres humanos complexos e volúveis, não dependemos somente da nossa razão para planejarmos e vivermos exatamente o que queremos hoje. Na realidade, pura e simples, estamos a mercê de nossos sentimentos.
Eu posso dizer, hoje, que dentro de 3 anos eu me formarei na universidade no curso de administração, serei promovida, e me casarei com a pessoa com quem estou, a qual julgo a mais especial do mundo. Ótimo, isso soa muito lindo, um plano de uma vida perfeita em médio prazo. Porém nesse momento o que estou usando para visualizar tudo isso é a minha razão, minha mente, imaginação e o que efetivamente determina se isso acontecerá ou não são os meus sentimentos.
Ou seja, se de repente eu pegar uma câmera fotográfica e sentir uma energia sublime ao fotografar paisagens, poderei concluir que tenho vocação para fotógrafa e levada por esse sentimento possivelmente me formarei num curso de fotografia e então meu futuro com administradora simplesmente não existirá mais. Logo, minhas metas se transformarão em outras, por exemplo, viajar para fotografar novos lugares. Então em um novo ambiente de trabalho eu acabo conhecendo uma pessoa aparentemente comum, ninguém que fosse capaz de me causar qualquer tipo de sentimento. Passa-se uma semana, duas e a partir da quarta semana de convivência, os dias começam a passar muito rápido e o fim de semana já não parece tão estimulante. A inspiração aumenta e a felicidade se torna constante e transbordante e se descobre que a causa disso tudo é a pessoa pela qual eu acreditei que jamais me interessaria. O que aconteceu com a idéia de estar com a pessoa perfeita com quem certamente me casaria? Tudo isso também deixa de existir, de um dia para o outro. Então eu tenho uma nova formação, uma nova profissão e uma nova pessoa com quem quero dividir minha felicidade.
Ao passar por uma situação parecida, logo você se pergunta, o que aconteceu com a minha vida estável e cheia de planos que teoricamente me fariam a pessoa mais feliz do mundo? Eles simplesmente foram substituídos por outros planos que parecem ser tudo o que você precisa pra feliz no momento.
Tudo isso porque nós todos estamos à mercê de nossos sentimentos o tempo todo, os quais não podem ser evitados ou transformados nem pela pessoa mais racional do mundo.
Você pode ate desprezar a importância de seguir seus sentimentos por acreditar que o destino traçado por você te trará uma vida melhor, porém é fato que se você seguir um caminho, mas suas energias, suas verdadeiras vontades, sentimentos e vocações estiverem em outro, você não estará tirando o máximo de felicidade que essa vida pode lhe dar.
Portanto, é importante fazermos planos, mas com a consciência de que ainda não sabemos o que realmente nos trará felicidade e que nessa vida apenas tudo pode acontecer, você planejando ou não.